O problema maior não é não saber onde estamos, porque essa vida é mesmo uma mistura, um emaranhado de caminhos. O que incomoda mais é olhar no espelho e ter que procurar nossos verdadeiros rostos por detrás do cabelo, que já não é o mesmo, do sorriso, que também mudou, da espessura do rosto, que também costuma variar com o tempo, e ainda assim, quando nos vemos, não termos a capacidade de nos reconhecermos. Mesmo que se tenha passado uma semana da ultima visita a nós mesmos, quando nos procuramos fronte ao vidro que reflete... nos estranhamos.
Talvez o erro resida no fato de procurarmos quem gostaríamos de ser, ou quem já fomos. Hoje mesmo, queria encontrar a menina de dezessete anos que acreditava nas pessoas e ouvia os “Ramones”, ela pensava que eu iria ser professora, ou alguém que mudaria o mundo, ela tinha o cabelo diferente. Os “Ramones” eu ainda escuto, quanto a ser professora, já não sei mais, e o cabelo fez de mim outra pessoa.
Não sei mesmo onde estou, não faço a menor idéia de quem eu sou e acho que já não acredito mais
Não consigo contar o que larguei pelo caminho, talvez alguns quilos, um grande herói, alguns amores e um pouco de idealismo. O fato é que eu não me reconheço.
Uma vez, quando eu ainda tinha os dezessete anos, eu disse que viver era construir, e esse é um dos poucos pontos que eu ainda não me cansei de frisar, e o único momento no qual eu me vejo eu mesma, sem variar.
Vamos esquecer o clima nostálgico do texto e deixar isso pra aula da Silvana... Te garanto que seu cabelo hj está muito melhor, a "Lira dos vinte anos" vai ver passou qdo vc fez 21 e os amores perdidos pelo caminho na verdade não eram amores, eram as pedras q o Drumond tanto tentava decrever! rsrsrs! Se vc acredita que viver é construir, então pegue essas "pedras" e faça delas degraus. :*
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